O grande vencedor das eleições municipais de 2020 é, na verdade, uma vencedora: a velha política.
Diferentemente do que aconteceu em 2018, quando os chamados outsiders levaram a melhor, a disputa deste ano marcou a reafirmação do político tradicional, do gestor experiente.
Esse movimento foi definido pela colunista da BandNews FM Dora Kramer como a retomada de uma espécie de voto seguro:
Para o também colunista Carlos Andreazza, a pandemia favoreceu um discurso mais conservador. Com o atual cenário, o eleitor optou por não ter riscos.
Assim, via de regra, o cidadão quis votar em políticos que já foram testados anteriormente.
Segundo Carlos Andreazza, ao contrário de 2018, na disputa deste ano a experiência foi fundamental:
O cientista político e colunista da BandNews FM Fernando Schuler segue na mesma linha. Ele não usa exatamente os mesmos termos, mas admite o triunfo da política tradicional:
O colunista Fernando Schuler acrescenta que essa volta da política tradicional está ligada ao desempenho dos personagens surgidos em 2018.
Ele usou como exemplo o Partido Novo, que se apresentou como uma força promissora na disputa presidencial, mas que, agora, deixou um vácuo nas eleições municipais:
Candidato citado por Fernando Schuler, Arthur do Val, do Patriota, ficou na quinta posição em São Paulo, com 9,78% dos votos, o equivalente a mais de 521 mil pessoas.
O candidato do Partido Novo na capital paulista era o ex-secretário Filipe Sabará. Ele, no entanto, desistiu da disputa duas semanas antes da votação. Sabará foi expulso da legenda por supostas inconsistências no currículo.
Ele nega e afirma ter sido expulso por discordâncias com o empresário João Amoêdo, fundador e líder nacional do Partido Novo.